24 novembro 2010

Dança na chuva

na noite
quente
as telhas cantam
com os pingos de chuva
gelada
e eu danço
solitário,
mas muito bem acompanhado,
obrigado,
pela alegria
que se espalha
no mormaço.


os olhos,
quase
fechados,
iludem e confundem
o corpo que gira,
enquanto flashes
passeiam
psicodelicamente
criando trilhas
reluzentes
e incostantes
de luz


agora,
no chão,
caído,
o vento frio
arrepia
e as roupas coladas ao corpo
desenham um nu
pudico
enquanto a mente
voa
ao som de iamamiwhoami
t


renasço,
então,
e a realidade transformada
assusta.
nada de livros queimados
teses e teorias
destruídas
apenas
o mesmo
de sempre.
respiro,
já é dia...

Isaac Ruy

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