[...] e de relance olhou pela janela. Mesmo com tudo aquilo que tinha para fazer resolveu se sentar por alguns instantes diante dela. Comprara aquela casa pela vista da janela, mas nunca tinha se sentado ali para apreciar.
Viu o menino soltando pipa, a mulher subindo a ladeira com a trouxa de roupa, os prédios escorrendo água suja pelas calhas, os velhos jogando dominó, as velhas fofocando em frente ao portão, os carros estacionados, e viu os cachorros correndo atrás da bicicleta, e os pássaros nos fios, e viu o pôr do sol e as estrelas aparecendo uma a uma.
Despertou com o deslizar da gata por entre suas pernas pedindo comida.
Não sabia quanto tempo permanecera ali, mas já não importava [...]
Isaac Ruy
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