Era preciso manter a ave amada em segurança de si mesmo, pois sabia que seu amor era tão intenso que poderia ser fatal para o pássaro.
As frágeis asas não resistiriam à ânsia do contato constante e os pequeninos pulmões, acostumados ao ar leve, não suportariam os fortes abraços e beijos intermináveis que ele mantinha, com as últimas forças, apenas no âmbito do desejo.
Buscou a gaiola, abriu a portinhola e, depois de refletir, tomou a difícil, mas correta, decisão. Fechou, trancou e jogou as chaves para longe do alcance.
Ali, preso, observava, com os olhos marejados de emoção e sacrifício, o pássaro cantando a liberdade.
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