25 outubro 2010

Sereia

O canto lhe chagava aos ouvidos suave como um susurro conduzido pelas águas do mar.
Não era preciso ver, sentia que a dona da voz possuia uma beleza inimaginável.
Se apaixonou.
O corpo então foi conduzido pela canção e embalado para a beira do barco pelo movimento hipnótico das ondas.
Pulou.
Tudo o que ouvia agora era seu pulmão se enchendo de água salgada enquanto bolhas que aprisionavam um grito subiam para a superfície.
Se tornou mais um dos cadáveres que ela colecionava no jardim submerso.

Isaac Ruy

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