13 julho 2009

Ocaso


O presente.
Embrulhado em um brilhante papel dourado
estava o som mais belo que já ouvira...
A canção da caixa de música era tão alegre quanto o tempo de [risos e sonhos era.

A velha caixa de música
ainda soa as mesmas velhas notas da velha música da velha [caixa velha.

O segredo.
Escondido na parte mais alta da estante
ficava o poema mais belo que já lera...
Os versos do livro eram tão intensos quanto o tempo de amores e [sonhos era.

O velho livro de poesia
ainda tem as mesmas velhas palavras das velhas poesias do [velho livro velho.

O tesouro.
Guardada no fundo da última gaveta
deixava a imagem mais bela que já vira.
A foto dos amigos era tão emocionante quanto o tempo de [mudanças e sonhos era.

O velho álbum de fotos
ainda guarda as velhas lembranças das velhas fotos do velho [álbum velho.

O vazio.
Perdida na mais remota memória
estava a vida mais bela que vivera...
A alma de alguém era tão única quanto o tempo de medos e [sonhos era.

A velha mulher sentada na cadeira
ainda chora as velhas lágrimas da velha mulher sentada na [velha cadeira velha.

O nada.
Tudo estava esquecido...
não havia mais canção,
não havia mais versos,
não havia mais fotos,
não havia mais alma,
não havia mais sonhos,

mas... ainda havia a velha velha.




.Isaac Ruy



Poema com o qual recebi uma menção distinta no Prêmio Internacional de Poesia Nosside 2009
Isaac Ruy
Se a poesia faz refletir... a foto reflete!

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