30 outubro 2010

Fluxo VI

estava esperando já havia alguns minutos e ela ainda não tinha saído o que era de se estranhar pois ela sempre seguia a rotina e nunca se atrasava talvez um minuto ou dois mas quinze era muito estranho mesmo assim permaneceu ali esperando do outro lado da rua e então se lembrou do vestido novo que espiou ela comprando provavelmente está experimentando diversos sapatos e jóias antes de sair sabia como as mulheres eram e sabia principalmente como ela era quando tinha um vestido novo e o vermelho era realmente lindo adorava quando ela vestia vermelho pois realçava a pele clara e ela sempre estava sorrindo quando a via de vermelho como se a cor fosse um estado de espírito o que seria bom pois nas últimas semanas notou que ela trazia um olhar triste e azulado como de quem chora escondido de repente ela sai sorridente e linda em seu novo vestido vermelho e salto e jóia os olhares não se cruzam embora ele não tire os olhos dela que entra no táxi e parte e então ele também parte pois queria comer alguma coisa e voltar a tempo de vê-la voltar como todos os dias

Isaac Ruy

25 outubro 2010

Sereia

O canto lhe chagava aos ouvidos suave como um susurro conduzido pelas águas do mar.
Não era preciso ver, sentia que a dona da voz possuia uma beleza inimaginável.
Se apaixonou.
O corpo então foi conduzido pela canção e embalado para a beira do barco pelo movimento hipnótico das ondas.
Pulou.
Tudo o que ouvia agora era seu pulmão se enchendo de água salgada enquanto bolhas que aprisionavam um grito subiam para a superfície.
Se tornou mais um dos cadáveres que ela colecionava no jardim submerso.

Isaac Ruy

24 outubro 2010

Fim

Ele então a viu chegar,
pálida em seu longo vestido negro;
os cabelos ondulando em um vento inexistente,
e na mão direita a foice que tudo encerra.

Um último murmúrio antes da partida:
__ Não te imaginava mais linda.

Isaac Ruy

05 outubro 2010

De manhã...

De manhã, quando o vento sopra por entre as folhas, traz consigo uma certa nostalgia que aparenta nunca acabar. As fotos me remetem à lembranças das quais quero esquecer. Extrair dessa alma errante, errada, desvairada.
A tarde…
A noite…
Levando-me assim à outras paragens!
Hoje, sou o vento que sopra por entre as folhas. Deixei meu rosto, meus olhos, minha vida, e refresquei minh’alma.

Nadson Way 

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