26 maio 2011

Pena's

Contemplava, com olhar de culpa, a gaiola vazia.
Apesar de atento ao que acontecia a sua volta, não desgrudava os olhos da gaiola que ainda balançava, vazia e com a portinhola aberta.
A dança das grades, pra lá e pra cá, é que lhe prendia a atenção, como um pêndulo que hipnotiza.
Sentia uma vontade louca de pular e brincar com o obejto pendurado, mas estava de barriga cheia e preferiu fazer gracinhas com as plumas que flutuavam ao vento, como se a brincadeira amenizasse o crime cometido.

Isaac Ruy

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