vestígios das pétalas de narciso
Tudo me parece intenso:
o ranger das pernas da cadeira,
o aroma do café amargo,
as roupas coloridas no varal...
Meus sentidos se confundem
Poucas folhas me restam nesse outono solitário
As mãos trêmulas seguram o retrato
Lágrimas, que se perdem no labirinto de rugas,
afogam-me de saudade
nessas paredes que me cercam
Reminiscências inebriam, atordoam.
Quem dera a existência fosse eterna
ou que déssemos juntos o adeus
És anjo e faço-me Ícaro.
Deixo nas palavras meu silêncio,
meu grito mudo,
e na gélida espera faço-me cinzas,
aguardando o reencontro
para dançarmos a última valsa
Isaac Ruy
Poema vencedor da Menzione Particolare del Premio Internazionale di Poesia Nosside di 2008.
Isaac, hoje, após adicionar você no orkut, entrei no seu blog. Não pude deixar de comentar. Seus poemas transbordam aquilo que mais prezo: intensidade. Gostei muito.
ResponderExcluirAbraços,
Jhenifer.